Provavelmente muitos de vós não fazem ideia do que estou a falar, mas a verdade é que esta foi das notícias que me deixou mais triste nos últimos tempos. O fantástico The Audio Edition, que podem encontrar 3 vezes por semana no site The Movie Blog, acabou de perder o seu maior trunfo.
Doug Nagy é um cómico canadiano que dava o seu contributo nas discussões em formato podcast. A partir de hoje, para ouvirem o comediante, podem ir ao seu próprio podcast em dougnagy.com. Quanto ao futuro de The Audio Edition, esse permanece incerto, não sabendo ainda se é para continuar apenas com John Campea ou se vai terminar de vez.
Resta ainda recordar que The Audio Edition foi o primeiro podcast sobre cinema, criado dia 10 de Novembro de 2004, conta já com 165 emissões, das quais apenas duas não contaram com a presença de Doug Nagy.
Quanto à sua decisão de sair do The Audio Edition, só me vem à cabeça uma célebre frase do próprio Doug Nagy: "That's just fucking retarded".
My Super Ex-Girlfriend parte de uma permissa no mínimo peculiar. Um homem conhece uma mulher, envolvem-se, mas acaba por perceber que está apaixonado por outra. Até aqui tudo bem, não fosse a 1ª mulher a G-Girl, a versão feminina do Superman. Como uma mulher comum tem o seu característico mau-feitio e não lida muito bem com a rejeição.
Não é, como também não seria de esperar, um grande filme. Mas, ainda assim, consegue arrancar-nos algumas gargalhadas. Uma Thurman e Luke Wilson têm uma química engraçada e as piadas não caem no vazio, como normalmente acontecem neste tipo de comédias. Podem não funcionar a 100% em todas as alturas, mas lá vão originando alguns sorrisos.
Claro, é uma comédia banal, Rainn Wilson é irritante e descartável, mas no geral satisfaz que não vai à espera de pensar muito. Não é tão mau como Date Movie, não é tão bom como Mr. and Mrs. Smith, está algures no meio. Para além disso consegue ter alguma originalidade. Uma coisa vos garanto, não há como não sentir pena da personagem de Luke Wilson, afinal de contas, se as ex-namoradas já são o que são, imaginem uma ex-namorada com super poderes... :P
Um bom filme para uma saída romântica (lá está, o chamado date na América)
Muitas vezes damos por nós a fazer comparações entre filmes: "este é o novo Titanic", "este é o novo se7en"... Filmes que se destacaram por inovar em algum campo, ou simplesmente porque tiveram um sucesso estrondoso, acabam por se tornar referências incontornáveis sempre que surge outro filme ligeiramente semelhante. As obras deviam valer a si próprias, mas confesso que por vezes também dou por mim a recorrer a estas comparações para me refrir a determinado filme.
Brick surgia com o pesado fardo de ser "o novo Donnie Darko". Esclareçamos desde já que Brick não é o novo Donnie Darko. Não é remotamente parecido. Claro, tens adolescentes americanos, mas, se fosse esse o critério, Donnie Darko seria o novo American Pie... Posto isto de lado, enquadremos Brick num género próprio. É um filme noir de adolescentes (mas não para adolescentes). Tem toda a aura de se passar nos anos 20, mas é uma história actual.
Um rapaz recebe uma chamada da ex-namorada que pede a sua ajuda. Desconhecendo o seu paradeiro, o rapaz decide procurá-la, acabando numa rede negra de tráfico de drogas e violência. Jovens num mundo adulto, com direito a capangas e um Padrinho. Rian Johnson, o realizador e argumentista, é uma mistura de David Fincher e David Lynch, tornando o absurdo e o misterioso em algo interessante e sedutor. A história está extremamente bem construída e consegue prender-nos, mesmo quando estamos à deriva do que está a passar.
Joseph Gordon-Levitt já se livrou definitivamente do seu personagem em O 3º Calhau a contar do Sol e está a fazer uma carreira bastante promissora no cinema independente. Depois do seu assombroso desempenho em Mysterious Skin, encarna aqui o papel de um adolescente solitário e à margem dos populares grupos que se formam no liceu. Essa é também uma interessante abordagem que o filme faz da cultura americana. A forma como os jovens na escola são catalogados pelas companhias que têm, pelo grupo onde se inserem e, em última instância, pelo sítio aonde almoçam na escola. Jovens a crescer cada vez mais depressa, tomando caminhos que nem sempre são os correctos e tudo isso feito sob a visão desinteressada dos pais.
Obras como Memento, Go, 21 Grams ou até mesmo Magnolia foram particularmente bem sucedidos na forma como fizeram a fórmula "filme-puzzle" funcionar. Mas, como não podia deixar de ser, há sempre réplicas mal estruturadas, mal interpretadas e meramente patéticas. Temos então 11:14. Um suposto filme inteligente, que seguia as pegadas de Memento, ou assim nos queriam fazer ver. Não há nada de Memento neste filme e a comparar seria a Go, mas mesmo compará-lo a Go era dar-lhe mais mérito do que aquele que merece.
Podia tentar pensar em alguma coisa boa a respeito do filme para começar a crítica, mas a verdade é que, por mais que me esforce, não me ocorre nada de bom para dizer. Um desastre total é o que posso dizer. A partir dos primeiros 10 minutos conseguimos prever tudo o resto e acaba mesmo por ser tão estúpido e inacreditável como antecipámos. Todas as tentativas de surpreender falham porque não conseguem ser credíveis. É uma maratona de parvoíces metidas a martelo.
No campo da representação o panorâma não é mais animador. Patrick Swayze tem um bom desempenho secundário, mas nada de extraordinário. A maior desilusão é Hilary Swank. Como é que uma actriz daquelas nos dá desempenhos como os de Boys Don't Cry e Million Dollar Baby e depois, em 11:14, parece uma actriz de série z, irritantemente exagerada e quase caricatural.
Ficam 95 minutos desperdiçados e uma total supresa ao ver que este filme até tem boas críticas. Tem uma classificação de 7.3 no IMDB e é apelidado de inovador. Não me querendo estar a repetir, mas quando existem obras como Memento, Irreversible, Amores Perros ou Go, este parece-me ser uma brincadeira amadora, sem qualquer imaginação ou, se preferirem, com imaginação a mais, tal são os disparates que o constroem.
Dose Dupla de Michael Winterbottom: Crítica a The Road To Guantanamo e Tristram Shandy: A Cock & Bull Story
Michael Winterbottom é um individuo muito interessante. Tem uma filmografia bastante eclética, mas, pelo menos nos seus últimos filmes, tem estado debruçado sobre os drama/documentários. 24 Hour Party People, 9 Songs, Tristram Shandy: A Cock & Bull Story e The Road To Guantanamo, são todos exemplos da mistura que o realizador faz de reconstruções documentais de acontecimentos que aconteceram. Mas, se 24 Hour Party People e Tristram Shandy: A Cock & Bull Story são num tom de comédia (hilariantes, diga-se de passagem), The Road To Guantanamo é um assunto sério que também merece a nossa atenção.
The Road To Guantanamo
A história de um grupo de 3 britânicos muçulmanos, que foram levados para a prisão de Guantanamo, aonde foram mantidos durante dois anos e de onde acabaram por ser libertados sem qualquer acusação. Uma narração dura e pouco dada a mal entendidos é o que o realizador nos trás, um verdadeiro murro no estômago. E, se pensamos que a acção já está a ser incómoda o suficiente, esperam até chegarmos à prisão propriamente dita. Verdadeiras condições sub-humanas onde os prisioneiros são sujeitos a abusos físicos, mas, principalmente, psicológicos.
Este é daqueles filmes que nos faz pôr a mão na consciência. Que nos faz pensar que raio de mundo é este aonde vivemos, que sociedade ocidental é esta que tanto defendemos. Não seremos nós uma sociedade tão tirana como as outras, apenas disfarçados por uma falsa liberdade e uma democracia em decadência?
Michael Winterbottom é um realizador exímio, que toca nos sítios certos e cria uma grande empatia com o seu público, quer seja numa drama ou numa comédia.
A minha classificação é de: 8/10
Tristram Shandy: A Cock & Bull Story
Mais uma vez, o drama/documentário e, tal como 24 Hour Party People, Steve Coogan no principal papel. Uma tentativa de adaptar The Life and Opinions of Tristram Shandy, Gentleman, que não falha, porque nunca chega sequer a ser tentada. É o chamado filme dentro do filme, em que os actores usam os nomes próprios e estão em filmagens da adaptação do livro.
O realizador escolhe uma abordagem diferente, contando-nos a história do livro (ou segmentos curtos) através dos actores que vão encarnar os personagens. O resultado é uma comédia recheada de ironia, sem piadas fáceis, muito pelo contrário. O argumento é de uma inteligência sarcástica, deixando-nos sempre na expectativa do que virá a seguir e, mesmo quando não vem mais nada, não conseguimos deixar de sorrir pela forma como fomos tão bem "enganados".
Steve Coogan é fantástico, mais uma vez. Tem, definitivamente, o carisma de um protagonista, conseguindo levar-nos numa viagem de emoções sem nunca nos cansarmos de o ver. Destaco também Gillian Anderson que, apesar do seu pequeno papel, tem uma cena fantástica na qual, por mais que tentemos, não conseguimos sequer vislubrar vestígios de uma Scully.
Um verdadeiro alívio poder rir sem ter de levar com o Will Farrel ou o Adam Sandler. Sem ser uma comédia romântica ou um teen movie. Rir com vontade e com gosto. Rir porque a comédia é uma arte. Ainda que já ninguém se lembre disso.
Os exames da faculdade são um bocado como as sanguessugas. Sugam-nos tempo, força vital e deixam-nos aterrorizados. Demoramos uns bons dias a recuperar do choque e acima de tudo, sugam-nos a vontade de querer fazer alguma coisa que envolva algo parecido com o acto de pensar. Estou portanto em convalescença, depois de um ataque intenso de sanguessugas. Esse é o grande motivo da falta de actualizações do blog e destas analogias disparatadas... Mas, agora que estou de férias sempre tenho mais disponibilidade para me dedicar a isto.
Vamos primeiro à ronda de notícias.
Lady In The Water, o mais recente filme do senhor "The Sixt Sense", parece que faz jus ao nome e é uma grande banhada... As críticas são péssimas e assim caem por terra todas as expectativas que tinha em relação ao filme. Tenho pena por Paul Giamatti que tem tido uma carreira exímia e que agora sofre um pequeno percalço. Anda também uma corrente de ódio face ao realizador e ás suas vedetices, mas, 26% no Rotten Tomatoes e 5.3/10 no IMDB, não deixam margem para grandes dúvidas. É ir ver, mas sem esperar grande coisa.
Heath Legder poderá vir a ser o Joker na sequela de Batman Begins. Eu não acredito muito, nem fico muito feliz com a decisão, caso se venha a confirmar. Não tem o perfil necessário, nem a mestria de Jack Nicholson para se safar com um Joker diferente do da banda desenhada.
Snakes on a plane não vai ser mostrado aos críticos antes da estreia. (gargalhada interior) Mas não se preocupem, deve ser só porque o filme é tão bom que os críticos não são dignos de o visionarem...(gargalhada maléfica)
O novo Hulk, que como já devem saber é um recomeço depois da versão de Ang Lee não ter sido muito bem aceite, vai ser realizado por Louis Leterrier. The Transporter I e II e Danny, the dog, foram as únicas obras realizadas por Leterrier mas, são estrondosas em termos de sequências de acção. Espera-se então um Hulk mais intenso.
Agora uma quantidade de trailers, numa das melhores selecções que alguma vez destaquei.
13 tzameti - Um filme francês com uma permissa estranha, muito estranha. De qualquer forma, o trailer deixa-nos com os nervos à flor da pele.
The Fountain - Um dos mais aguardados do ano tem um noo trailer que deixa nos deixa mais entusiasmados. Ou muito me engano ou isto vai ser um épico dos termpos modernos...
Half Nelson - Um simples, mas interessante história. A descobrir.
Children of Man - Julliane Moore e Clive Owen, nas mãos de Alfonso Cuarón. Promete.
A magia está no ar e nas mãos de 4 grandes actores. Christian Bale e Hugh Jackman defrontam-se em The Prestige e Edward Norton brilha ao lado de Paul Giamatti, em The Illusionist
Harsh Times também conta com Christian Bale, esclarecendo-nos porque é que este é um dos mais talentosos actores da sua geração.
The Hoax - Richard Gere parece estar em envelhecer em estilo e mostra que o talento também pode ser como vinho do Porto.
Finalmente deixo-vos com a imagem com a qual me deparo todos os dias no wallpaper do meu telemóvel. Digam lá que não foi uma boa escolha.
Há filmes que passam completamente ao lado do mercado nacional. Enfatizam-se os Blockbusters e há algumas boas obras que são pouco faladas sem nunca chegamos a ter contacto com ela. The Weather Man não devia passar ao lado.
Primeiro: tem Nicholas Cage numa grande interpretação de um homem falhado, com pouca auto-estima, que apenas quer que o seu pai se orgulhe dele. Acaba por fazer tudo errado na vida, destrói o seu casamento, desliga-se dos filhos (mesmo pensando que está sempre ao lado deles) e sente-se miserável no seu emprego.
Segundo: ao contrário do que tinha ouvido dizer, não é uma cópia de American Beauty. Nada que se pareça sequer. A personagem de The Weather Man não está numa crise de meia-idade. Está numa crise permanente consigo mesmo. Sente-se inútil, impotente e infeliz. Mas não só agora, sempre o foi.
Terceiro: Tem Michael Caine e Hope Davis em grande forma.
Quarto: O argumento é certeiro. Mordaz na forma como maltrata o personagem principal, mas sem nunca ser cruel. Sentimos pena dele principalmente porque nos revemos um pouco na sua insatisfação. No seu comodismo em relação às más coisas que lhe acontecem. Todos nós, por vezes, achamos que não merecemos ser felizes.
Quinto: A banda sonora também é interessante, na forma como contribuiu para o ritmo do filme e para o seu timing.
Sexto: Não vão à espera de uma comédia, como a promoção quis fazer ver. É um drama ligeiro, com algum humor à mistura, mas no final resume-se a um drama. Não contem com muitas gargalhadas.
Eu detesto ter de fazer isto, mas nos últimos dois dias recebi mais de 100 comentários de spam no blog. Como tal vou passar a moderar os comentários. Eventualmente a única coisa que vai mudar é o tempo entre postarem um comentário e verem-no online. Isto irrita-me um bocado porque nem sequer no nosso blog pessoal estamos livres destas chatices. Já basta a quantidade de junk mail que recebemos todos os dias. Peço desculpa pelo incómodo e espero que não deixem de comentar por isso.
A programação habitual segue dentro de momentos :P
[Edit: Exprimentei a sugestão do Xplod, pode ser que a moderação afinal não seja necessária]
Quantos de nós não desesperam por ver um filme? Esperamos e criamos expectativas que, na altura em que finalmente o vemos, caem completamente por terra. Como se costuma dizer, quanto mais alto, maior a queda. Muitos deles são filmes aclamados pela crítica e que acabam por ser demasiado sobrevalorizados e outros são apenas hypes que se vão criando na altura da promoção, que acabam por simplesmente desiludir (como eu tenho pena dos pré-fãs de Snakes on a Plane). Não são necessariamente filmes maus, mas filmes que, sendo feitos por quem são, esperavamos mais e melhor.
Sem mais delongas aqui vão as minhas maiores desilusões no cinema:
10 - Birth
Aquele final desastroso deita por terra qualquer boa ideia que tenhamos do filme. Nicole Kidman não costuma desiludir nas escolhas que faz, mas aqui nem a sua grande prestação ofusca o buraco onde o filme se enfiou.
09 - The Da Vinci Code
Eu não li o livro e senti-me defraudado, por isso imagino quem tenha lido. Tanta conversa, tanta polémica por causa de um filme que é muito pouco polémico, é demasiado rápido e faz um uso muito insuficiente dos actores que tinha à disposição.
08 - Napoleon Dynamite
Uma comédia virada culto, que nada me diz. O personagem principal tem algum carisma mas tudo se perde na estupidez do argumento.
07 - Drawing Restraint 9
Mau, péssimo, doloroso. Björk já nos tinha provado, tanto na música como no cinema, que é capaz de melhor do que isto.
06 - Walk The Line
A vida de Johnny Cash reduzida a uma cópia barata de Ray. É triste. Ainda para mais quando Joaquin Phoenix dá o desempenho da sua vida.
05 - Cidade de Deus
O nº 18 na lista dos 250 melhores filmes do IMDB, quanto a mim, é muita parra e pouca uva. Uma realização boa que se quer sobrepor a uma boa história. E a violência gratuita não resulta comigo, quando o motivo é manipular-me.
04 - Les Poupées Rousses
Eu simplesmente amei a Residência Espanhola. Foi uma experiência renovadora para mim. Não consegui conter a alegria quando soube da sequela, mas, apesar de ter gostado, achei que fica muito àquem do que foi feito no 1º.
03 - Matrix Reloaded e Revolutions
Os efeitos especias são muito engraçados, as lutas também e há muito espectáculo, esqueceram-se foi do que tornou o primeiro Matrix tão especial, a história.
02 - Star Wars Episode I e II
George Lucas não convence com estas sequelas (ou prequelas, se preferirem). São de tal forma inferiores à triologia original que nem parecem ser feitos pela mesma pessoa. O episódio III consegue ser uma grande melhoria, mas ainda assim, longe da magia dos primeiros.
01 - V For Vendetta
Um potencial enorme, desperdiçado. Natalie Portman tem um desempenho incrível mas tudo o resto é demasiado superficial. Faltou alguma densidade, alguma profundidade.
55 Milhões de Dólares, num só dia. E pelo que dizem vai quebrar o record de Spider-Man I, 114 Milhões, com o mais rentável fim-de-semana de estreia. O mais curioso é que a crítica diz que o filme não é grande coisa. Mas, também O Código Da Vinci não o era e fartou-se de fazer dinheiro...
Tentar decidir qual é o meu herói de banda desenhada preferido não é uma tarefa muito difícil. Não gosto muito do Spider Man, nem dos X-Men, nem do Hulk ou do Quarteto Fantástico. Mas, quando a lista chega a dois nomes, a escolha já não é tão simples. Batman e Superman. Adoro o Batman porque é um homem mortal, sem super-poderes e cheio de defeitos. Tem períodos negros da sua vida e constantes conflitos interiores. É, na minha opinião, o mais complexo Super-herói. Por outro lado, Superman é o ser perfeito. Físicamente, intelectualmente, moralmente. É capaz de voar (provavelmente o melhor super poder que se pode ter), é praticamente indistrutível e nunca mente. Tem uma força inqualificável, é rápido como a luz, através dos olhos lança raios e com o sopro congela qualquer coisa. A sua única fragilidade, Kryptonyte. Ou será que é mesmo a única?
Brian Singer foi aclamado pelo seu trabalho em X-Men 1 e 2. Decidiu não continuar na saga para rescuscitar Superman no cinema. Ficou também eternizado pela sua obra-prima, The Usual Suspects.
O último filme de Superman estreou à 19 anos, com o falecido Christopher Reeves, mas a personagem nunca nos deixou. Seja na pele de Dean Cain, em Lois and Clark: The new Adventures of Superman (série de televisão transmitida pela TVI), ou Tom Welling em Smallville (série de televisão transmitida pela RTP1). Mas Reeves ficou imortalizado como Superman e é, e quanto a mim será sempre, o verdadeiro. Não estou com isto a dizer que os outros actores fizeram um mau trabalho. Pelo contrário, fui fã devoto de Lois and Clark e agora assisto com alguma frequência a Smallville. Mas Christopher Reeves era o personagem. Encarnava toda a ideia de perfeição que eu tinha em relação ao herói.
Mas, deixemo-nos de contextos históricos e passemos à crítica ao filme, propriamente dito.
Brian Singer não me convenceu totalmente com os X-Men, mas mostrou ser o homem certo para realizar este filme. Desde o genérico inicial [fabuloso] até à última cena somos entretidos, como um filme deste género deve fazer. Um dos trunfos do filme é a forma como relembra os antecessores, dos anos 80. É quase uma Metrópolis intemporal, com a mesma aura de à 20 anos.
Brandon Routh é quase tão bom como Christopher Reeves. É provavelmente melhor, no que diz respeito à separação Clark Kent/Superman. É curioso também a forma como Routh utiliza algumas das técnicas de Reeves para dar vida ao personagem. A abordagem é similar, por isso sentimos sempre uma sensação de empatia e proximidade com "aquele" Superman. Kevin Spacey é maquiavélico na sua interpretação de Lex Luthor, brindando-nos com mais uma das suas dedicadas representações. Kate Bosworth é uma boa actriz, é lindíssima, suprpreendeu-me totalmente pela positiva, porque acredito no seu personagem, nas suas motivações. Mas, não é Lois Lane. Em momento algum do filme eu olhei para ela e pensei em Lois Lane. Simplesmente não se enquadra no perfil. Tem a confiança que faltava a Teri Hatcher (quanto a mim, a melhor Lois Lane até à data), mas falta-lhe o resto. Mesmo Margot Kidder cumpria melhor o lugar do que Kate Bosworth. E depois há outro factor que eu não consegui ultrapassar em todo o filme. Que cabelo era aquele? A rapariga parecia que tinha levado um choque eléctrico. Mas, pronto... pormenor técnico pouco significativo.
Alguns queixam-se da pouca acção que o filme tem, pois eu achei que tinha acção de sobra, uns efeitos especias do outro mundo e uma história não demasiado lamechas nem demasiado à bruta. Um bom equilibrio entre um filme de aventuras e um romance. Sim, há muito romance, tal como também havia nos filmes de Christopher Reeves, porque, tal como deixei em suspense no ínicio, a única fragilidade do Superman não é só a Kryptonyte, mas também o seu coração.
Aqui temos portanto um filme perfeito para os fãs do Homem de aço, e acredito que esta nova visão de Brian Singer vai trazer também novos fãs. Em 2009 esperam-se novas notícias do Daily Planet.
À semelhança do que fiz com o Batman e com o James Bond, aqui vai um especial com todos os actores que já encarnaram a personagem do Superman. Já vi o Superman Returns e só não recomendo porque ainda não estreou. A crítica está para breve.
Ao Centro Superior: Kirk Alyn Ao Centro: Christopher Reeves Esquerda superior: George Reeves Esquerda Inferoior: Dean Cain Direita Superior: Brandon Routh Direita Inferior: Tom Welling